Coronelismo, Clientelismo e Mandonismo e suas Influências na Primeira República

Coronelismo, Clientelismo e Mandonismo e suas Influências na Primeira República

 

Coronelismo: É um período que ficou assim conhecido devido à interferência muitas vezes violenta dos coronéis no sistema de votação. O voto que deixou de ser censitário com a instituição da República passou a ser aberto para homens maiores de 21 anos.  Como muitos eleitores se beneficiavam de trocas de favores com os coronéis, viam na eleição dos grandes chefes políticos uma espécie de pagamento ao favor realizado pelos coronéis, que era muitas vezes cobrado através da violência praticada pelos homens de confiança do coronel.

 

Clientelismo: O Clientelismo se baseia na troca de favores entre os homens da cidade e os coronéis já que o poder dos coronéis não se limitava apenas a sua fazenda. Eles também influenciavam na escolha de grandes cargos em setores considerados do estado como cartório, delegacia assim como a prefeitura. O domínio desses coronéis fazia então com que os comerciantes, advogados, juízes, médicos, enfim, todos aqueles que desejavam esse favorecimento se aproximassem deles.

 

Mandonismo: O mandonismo designa-se como uma estrutura da política, é a referência a existência de estruturas locais de uma oligarquia personalizada do poder. É a figura do “mandão”, figura onipotente de poder. O indivíduo é aquele que em função do controle de recursos e até mesmo de terras, tem um domínio sobre a população. Impedindo o acesso da população aos seus direitos e principalmente a uma política igualitária.

            Esses conceitos estão diretamente relacionados à Primeira República por que foram provenientes das pressões políticas eleitorais que os coronéis realizavam. Os coronéis tinham grande influência sobre a política, por que ela funcionava na base de trocas de favores. Visto que a economia era baseada na agricultura e exportação do café e eram os coronéis que garantiam esse desenvolvimento, eles se reconheciam como chefes políticos com grande influência no governo, na sociedade e nas cidades. Criando então o sistema que ficou conhecido como Coronelismo, que está diretamente ligado ao Clientelismo e ao Mandonismo.

Curiosidades:

Quem inventou a bomba atômica?! 

A primeira bomba de fissão nuclear foi criada em 1945 por uma equipe de cientistas liderada por J. Robert Oppenheimer. Os primeiros testes aconteceram no dia 16 de julho desse mesmo ano no Deserto do Novo México.

Apesar de não ter participado da construção da primeira bomba atômica, Einstein lamentou ter desenvolvido a teoria que possibilitou a invenção de uma arma de destruição em massa. 

A necessidade de criar uma arma tão destrutiva foi a tensão gerada pela Segunda Guerra Mundial, quando os europeus foram pressionados a desenvolver artefatos capazes de dizimar milhares de inimigos de uma única vez.

Contudo, a história nos mostra que tal intento acabou em tragédia, como no caso de Hiroshima e Nagasaki. Por meio de ataques aéreos cerca de 350 mil civis foram mortos e outros milhares foram contaminados pela radiação.

Mais destrutiva que a bomba a atômica é a bomba de hidrogênio, considerada 5 vezes mais potente que as bombas utilizadas na Segunda Grande Guerra. 

Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, República Popular da China, Índia, Paquistão e Israel são as potências nucleares declaradas, cabe ao conselho de segurança da ONU mediar os conflitos mundiais e evitar outras catástrofes.

 

A primeira bomba atômica da história: 

Às 05:29 horas de 16 de julho de 1945, os Estados Unidos explodiram a primeira bomba atômica da história. Este foi o objetivo atingido pelo “Projeto Manhattan”, desenvolver e construir armas nucleares. Julius Oppenheimer dirigia um grupo de cientistas americanos e de refugiados europeus, em Los Alamos, Novo México.

A explosão, experimental, aconteceu no meio do deserto do Novo México, a cerca de cem quilômetros da cidade de Alamogordo. A região era habitada apenas por formigas e escorpiões.

Os cientistas estavam a 32 km. Câmeras e instrumentos de medição, ligados por 800 km de cabos, foram colocados a distâncias de 9 a 18 km do ponto da explosão.

Três horas após o teste, o navio Indianapolis deixou o porto de San Francisco com destino às ilhas Marianas, carregando outro exemplar da bomba. “Little Boy” seria usada em (06.08.45) Hiroshima e Nagasaki(09.08.45).

A bomba de Alamogordo era composta de duas pequenas bolas de plutônio, recobertas por níquel, e em cujo centro estava um núcleo de berílio e urânio.

Para acionar a bomba, haviam explosivos e 32 detonadores. A primeira bomba atômica tinha uma potência de 18,6 quilotons.

A torre de 30 metros de altura desapareceu sob o efeito da explosão; uma cratera de 400 metros de diâmetro foi aberta. Dentro dela, surgiu um material verde e transparente, resultado da fundição dos minerais. A substância foi chamada trinitita, em referência ao ponto do deserto onde ocorreu a explosão, conhecido como Trinity.

A explosão de Alamogordo foi o auge do mais ambicioso projeto norte-americano durante a Segunda Guerra, o Projeto Manhattan.

A idéia de construir a bomba recebeu apoio de importantes físicos da época, inclusive Albert Einstein.

Foi Einstein quem, ainda no começo da Segunda Guerra(1939), escreveu uma carta ao então presidente Franklin Roosevelt sugerindo que os EUA fabricassem a bomba antes que a Alemanha nazista o fizesse. Depois, Einstein se retirou do projeto, dizendo se opor ao uso bélico da energia nuclear.

Em 1944, quando os aliados já haviam tomado a maioria dos territórios ocupados pelos nazistas, descobriram-se documentos que mostravam que os alemães tentaram realmente construir a bomba, mas tomaram o rumo errado em suas pesquisas.

Quando a bomba dos EUA foi testada, a Segunda Guerra já estava encerrada na Europa, e o conflito se restringia ao Pacífico(os EUA contra o Japão). O campo de provas foi transferido do deserto do Novo México para à Ilha do Japão.

Assim, o mundo tomou conhecimento de uma nova arma originada nos laboratórios de pesquisa nuclear.

 

Guerra Fria

A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991)  é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear,  e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta.  Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshall que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou  a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.

Em 1949, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em contra partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

É chamada “fria” porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas.

No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

Imagem

Curiosidade

Image

 

Brinco na orelha, tatuagens pelo corpo, presença constante na TV. Nem parece, mas Francisco Carlos Teixeira da Silva é um historiador. Só que não um daqueles à moda antiga. Seu principal tema de interesse são os assuntos contemporâneos, ou, como anuncia a placa na porta de seu laboratório, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Tempo Presente.

Especialista na História Social do Brasil, com doutorado e pós-doutorado na Alemanha, dedica-se, com gosto especial, a desconstruir mitos do nosso passado recente. Inclusive aqueles que envolvem sua própria atuação histórica.

Ex-militante comunista, hoje trabalha junto ao Exército, levando o debate histórico para escolas militares. E retira das Forças Armadas a responsabilidade exclusiva pelo golpe de 64. Por outro lado, não entende a resistência de alguns oficiais ao julgamento de torturadores. “Não se deve culpar as instituições, mas os indivíduos. A tortura foi feita por pessoas de carne e osso”. Representante da geração 68, minimiza a interpretação “narcísica” de que aquele período foi decisivo para as transformações do país. “Devemos olhar um pouco mais para trás. O Brasil moderno começou em 1958, 1959”. Como historiador, assume que escolas de samba e programas televisivos são mais influentes para o conhecimento popular que qualquer tese de doutorado. E, com uma vida dedicada à academia, declara, sem rodeios, que a universidade não contribuiu para sua formação.

Este é Francisco Carlos Teixeira da Silva. Mas pode chamar de Chico.

Os Fascismos

O professor Francisco Carlos em sua produção, Os Fascismos, propõe o entendimento do fascismo tal qual um movimento abrangente que se desenvolveu por variados Estados europeus. Descortinar a crença de que tal ideologia fora fomentada apenas pela Alemanha e que ainda nesta, seu alastro se explica pela ação de um conjunto restrito de idealizadores constitui o principal intuito do referido texto.
Inicialmente o autor preocupa-se em registrar o caráter parcial das informações circulantes no período posterior a segunda guerra mundial. O fascismo teve suas proporções drasticamente reduzidas a fim de atender aos interesses delimitados por um mundo bipolarizado. Não se mostrava compatível “demonizar” potenciais aliados, Logo se arquitetou um modo particular do lide com as questões de perseguição, massacre e limpeza étnica.
O Nazismo, que segundo o autor representa apenas a versão alemã do fascismo, fora encarado como o produto de um grupo reduzido de pensadores malignos, dos quais Hitler destaca-se por seu líder supremo. Indubitavelmente as atrocidades cometidas no período pós-primeira guerra mundial e no desenrolar da segunda consistem em atos fomentados por pessoas cruéis. Contudo somente indivíduos desequilibrados e “personificações do mal” participaram de tamanha empreitada? Esta e algumas outras problemáticas são debatidas ao longo da produção aqui analisada.
Deste modo se faz relevante firmar ponto crucial demonstrado por Silva; o fascismo possui um raio de ação mais extenso do que costumeiramente se divulga. Países como Croácia, Romênia, Hungria, Noruega, Espanha, Portugal entre outros, além da presença marcante na França, formavam alguns dos locais irradiadores dos preceitos totalitários; antidemocráticos, anti-socialistas e antiliberais. Assim, o autor visa estabelecer a constituição básica do fascismo a fim de ilustrar como este movimento marcara sua presença por quase toda a Europa.
O esforço empregado pelos países fascistas em particularizar seu projeto é destacado por Silva. O historicismo foi intensamente utilizado para este fim, por meio da idealização de algum lampejo do passado os regimes individualizavam seus slogans e personificavam seu estado, logo o Império Romano, os Germanos, Hunos, Vikings e até mesmo as antigas possessões ibéricas eram utilizadas para demarcarem a grandeza da nação e a necessidade de se criarem mecanismos para que esta glória fosse reavivada. A combinação essencial de alguns elementos em conjunto com a especificidade de cada país era notada, por vezes esta fórmula alterara sua roupagem, mas de modo algum modificou o seu núcleo, e por meio deste caminho o caráter subjetivo pertencente ao idealismo era implementado pelos regimes. Provavelmente este pode ser apontado como o primeiro aspecto em comum dos movimentos fascistas, ou do fascismo europeu.
Um segundo elemento pode ser demarcado pela aliança com os setores conservadores, o que o autor destaca como algo estrategicamente esquecido. Diferentemente do que se possa supor os partidos totalitários não alcançaram o poder sem apoio de grupos da elite. Tais alianças seriam responsáveis pelo não cumprimento integral de algumas das cartilhas partidárias, a fim de se formarem coalizões. Como Silva expõe; a figura do Duce ou do Führer não despontava como a personificação do poder absoluto que se poderia imaginar. Detentores, inegavelmente, de elevado poder mesmo as personificações dos regimes tinham que lidar com insatisfações e abandonar um ou outro projeto em prol do fortalecimento do apoio recebido. O afirmado expressa um contingente de colaboradores considerável, o que desmonta a ingênua percepção dos governos fascistas como verdadeiras autocracias.
O terceiro item em comum no emprego deste sistema está na forma como se dá a conquista das massas. Conforme o autor afirma, o liberalismo causará uma espécie de vácuo, o agora cidadão observou seu papel na sociedade ser obscurecido, seus direitos não supriam suas carências, estas últimas variavam desde a fome e a miséria, até a super-exploração de sua força de trabalho. Sem dúvida que tais dificuldades não eram inéditas, todavia os partidos fascistas centralizaram nestas os sintomas do fracasso do liberalismo e na inoperância da democracia. Este aspecto auxiliou a criação dos pilares que viriam a sustentar a destruição do poder legislativo, os intermedi foram apontados como responsáveis pela ineficácia do governo, propõe-se com isso a predominância do corporativismo. O Estado e somente este poderia suprir as necessidades dos cidadãos. A organização liberal-democrática serviria apenas para cercear a capacidade de ação estatal, logo deveria ser condenada ao abandono.
Como quarto elemento aqui destacado está o ódio ao que se mostra diferente. As perseguições a judeus, ciganos e homossexuais podem ser apontadas igualmente como um traço do fascismo. O nazismo não fora o único que incorporou a noção de combate aos “não-nacionais”.
Diante do exposto, ao se destacar alguns dos elementos comuns aos processos vivenciados por uma gama de nações européias, o autor conclui que o fascismo caracterizou-se como um processo amplo e abrangente, possuidor de fronteiras bem mais generosas do que comumente lhe são dadas. O resgate de alguns dos valores destes movimentos, praticados por grupos neonazistas e neofascistas, que despontam não somente como marginais declarados, mas como remodelações presentes em partidos de direita europeus, por exemplo, confere contornos finais a pretensa crença na exclusividade do fascismo. Tal qual o fora no período entreguerras, este sistema centraliza mais uma vez na idealização de seus símbolos e no combate do outro, que hoje se demonstra pela xenofobia, a solução para os problemas nacionais.

Dicas de filmes – Revolução Russa

– O Encouraçado Potemkin

Ano: 1925/ Direção: Sergei Eisenstein/ Gênero: Drama Histórico/ Temática: Revolta social pré revolução Russa

– Reds

Ano: 1981/ Direção: Warren Beatty/ Gênero: Drama/ Temática: propagação das idéias comunistas após a Revolução de outubro de 1917 na Rússia.

– Dr. Jivago

Ano: 1965/ Direção: David Lean/ Gênero: Épico/ Temática: a visão da Revolução Russa aos olhos de um médico russo que viveu no período do evento.

– Outubro

Ano: 1927/ Direção: Sergei Eisenstein/ Gênero: Drama/ Temática: filme com formato de documentário retrata os primeiros eventos da Revolução Russa.

-Nicholas and Alexandra

Ano: 1971/ Direção: Franklin J. Schaffner/ Gênero: História – Biografia – Romance/ Temática: os últimos momentos da família Romanov e a revolução que derrubou o czarismo na Rússia.

Revolução Russa

Embora possa ser citada como uma das nações protagonistas nas relações internacionais desenvolvidas ao longo do século XIX e nos primeiros anos do século XX, a Rússia se apresentava alicerçada em estruturas socioeconômicas não correspondentes às transformações vivenciadas à época. Assim, em um contexto marcado pelos avanços proporcionados pela Revolução Industrial, a economia russa permanecia fundamentada na produção agrícola, com a existência de relações trabalhistas claramente servis. Do mesmo modo, sua sociedade ainda se organizava hierarquicamente, com evidentes discrepâncias jurídicas, mesmo após a propagação dos ideais libertários do Iluminismo em diversas partes do mundo. Em termos políticos, o governo czarista era representado pelo autoritarismo da dinastia Romanov, família que assumiu o trono russo em meados do século XVII.

Família Romanov (Foto: Reprodução)

(O czar Nicolau II e a Família Romanov)

A permanência de estruturas tão antiquadas e antidemocráticas gerava forte insatisfação nos mais diversos grupos da sociedade russa. Trabalhadores urbanos e camponeses mostravam-se cada vez mais inconformados com as péssimas condições às quais estavam submetidos, descontentamento esse aguçado por graves ondas de fome causadas pelas constantes crises agrícolas. No caso da burguesia, as críticas ao governo se faziam tanto em oposição ao quadro de permanente estagnação econômica, quanto a uma sociedade de privilégios que beneficiava o clero ortodoxo e os setores da nobreza.

Domingo Sangrento de São Petersburgo (Foto: Reprodução)

Este cenário de insatisfação social ganhou ainda mais força nos primeiros anos do século XX, principalmente após a derrota russa na guerra contra o Japão (1904-1905) e a partir dos acontecimentos que constituíram o chamado Ensaio Geral. Neste momento, rebeliões populares tomaram as ruas em diversas regiões do país, tendo o czar Nicolau II como o seu principal alvo. Em 1905, grupos de revoltosos exigiam ser recebidos pelo governante, para o qual desejavam expor suas inúmeras reivindicações. No entanto, além da negativa do governo, muitos dos rebeldes foram mortos pelo exército czarista, em um evento que ficaria conhecido como Domingo Sangrento. Seria justamente nesse contexto de caos social que viriam a ganhar força os principais atores revolucionários. Fundamentais ao processo insurrecional, são formados os primeiros “sovietes”, agremiações políticas representativas dos setores menos abastados, como o proletariado industrial, camponeses e militares de baixa patente. A partir de então, seria através dos sovietes que iriam se desenvolver as principais ações contrárias ao governo e ao status quo. O Partido Operário Social Democrata Russo se apresentava como outra importante instância de combate político. Representação trabalhista de natureza socialista, possuía uma divisão interna baseada na existência de dois grupos: os “mencheviques”, que indicavam o desenvolvimento prévio do capitalismo como um estágio fundamental à implementação do socialismo; e os “bolcheviques”, que advogavam a implementação imediata de uma ditadura proletária comunista. Estes últimos integravam a ala majoritária. Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-1918/19), as condições de vida da maioria da população russa ficaram ainda piores. Além das exigências naturais de qualquer conflito, as constantes derrotas do exército nacional tornavam ainda mais graves as consequências da guerra. Racionamento, elevados gastos públicos com a manutenção das forças militares e baixas no front elevaram, então, a insatisfação social a níveis explosivos. Em fevereiro de 1917, este inconformismo assumiu contornos mais concretos. Sob a liderança da burguesia e com apoio de grupos mencheviques, a “Revolução de Fevereiro” determinou a queda do czar Nicolau II, sendo instituído em seu lugar um governo provisório. Sob a direção de Aleksander Kerensky, o novo governo rapidamente perdeu o apoio inicialmente dado pelos sovietes, insatisfeitos com a permanência da Rússia na guerra e a ausência de medidas verdadeiramente revolucionárias. Em abril do mesmo ano, Vladimir Lenin, líder bolchevique, discursou contra a inoperância do governo provisório, acusando-o de não agir em relação a três questões fundamentais: a retirada do país da guerra, as ondas de fome que afligiam a maioria dos russos e a extrema concentração de terras no país. Baseadas no lema “paz, pão e terra”, as “Teses de Abril” surgiam, assim, não apenas como uma crítica ao poder instituído, mas como a base das concepções políticas defendidas por Lenin.

Image

 

(Foto de Lenin – líder bolchevique)

Em outubro de 1917, o processo revolucionário atingiu seu ápice através de um novo golpe, mas agora tendo os bolcheviques como condutores do movimento. Com o sucesso da “Revolução de Outubro”, o governo, então liderado por Lenin, passa a obedecer a diretrizes de cunho socialista. Prontamente, além da imediata rendição do país na Primeira Guerra Mundial, outras medidas são tomadas, como a nacionalização da economia, a entrega do controle das fábricas aos trabalhadores, o combate à propriedade privada e a implementação de um programa radical de reforma agrária. Em oposição a este comando socialista, desenvolve-se uma oposição contrarrevolucionária, constituída pela burguesia e por grupos czaristas. A Rússia entrava, assim, em uma violenta guerra civil, que ao longo de seus quatro anos (1917-1921) colocou em lados opostos as forças governamentais (representadas pelo Exército Vermelho, comandado por Leon Trotsky) e os setores antibolcheviques (que integravam o Exército Branco). 

Os anos seguintes à chegada de Lenin ao poder foram extremamente difíceis. Além das tragédias causadas pela guerra civil, a economia russa mostrava-se incapaz de se recuperar e crescer a níveis aceitáveis. Buscando solucionar essa questão, o governo cria um programa econômico cujas medidas relativizavam as determinações socialistas, como a permissão da circulação monetária e a entrada de capital estrangeiro no país. Através da “Nova Política Econômica” (NEP), Lenin buscava flexibilizar as estruturas econômicas e, assim, garantir o crescimento do país. Com o sucesso da NEP e o fim da guerra civil, a liderança bolchevique se consolida e o projeto socialista ganha força além das fronteiras russas. Em 1922, países vizinhos passam a adotar o socialismo e, juntamente à Rússia, dão origem a uma espécie de confederação comunista, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Em seu comando estava o líder do Partido Comunista, Vladimir Lenin. Com sua morte em 1924, Leon Trotsky e Joseph Stalin viriam a disputar o cargo, tendo o último sido o vitorioso. A partir de então, Stalin comandaria a URSS até meados da década de 50, tendo participado da Segunda Guerra Mundial e dos primeiros momentos da Guerra Fria.

Stalin (Foto: Reprodução)

(Stalin

Curiosidades

A Torre Eiffel é uma estrutura metálica situada na cidade de Paris (França). Foi projetada pelo engenheiro francês Gustave Eiffel. No topo da torre está instalada uma antena de rádio. Foi construída entre 1887 e 1889 para representar o desenvolvimento tecnológico durante a Exposição Mundial. Também foi construída para comemorar os cem anos da Revolução Francesa. A inauguração ocorreu em 31 de março de 1889. Este monumento possui 317 metros de altura e, aproximadamente, 10 mil toneladas de metal. Até o ano de 1930 foi o monumento arquitetônico mais alto do mundo. Na parte inferior, abriga museu, restaurante e lojas. É um dos pontos turísticos mais visitados da Europa.ImageImage